
MEIMEI (Irma de Castro Rocha)
(*22/10/1922 - +01/10/1946)
RESUMO BIOGRÁFICO:
Homenageada por tantas casas espíritas, que
adotam o seu nome; autora de vários livros psicografados por Chico Xavier,
entre eles: "Pai Nosso", "Amizade", "Palavras do Coração", "Cartilha do bem",
"Evangelho em Casa", "Deus Aguarda", "Mãe" etc... e, no entanto, tão pouco
conhecida pelos testemunhos que teve de dar quando em vida, Irma de Castro
- seu nome de batismo - foi um exemplo de resignação ante a dor, que lhe ceifou
todos os prazeres que a vida poderia permitir a uma jovem cheia de sonhos
e de esperanças. Meimei nasceu em 22 de outubro de 1922,
na cidade de Mateus Leme - MG e transferiu residência
para Belo Horizonte em 1934, onde conheceu Arnaldo Rocha,
com quem se casou aos 22 anos de idade, tornando-se então, Irma
de Castro Rocha. O casamento durou apenas dois anos, pois veio a falecer
com 24 anos de idade, no dia 01 de Outubro de 1946,
na cidade de Belo Horizonte-MG, por complicações generalizadas devidas a uma
nefrite crônica.
A
Origem da Doença
Durante
toda a infância Meimei teve problemas em suas amígdalas. Tinha sua região
glútea toda marcada por injeções. Logo após o casamento, voltou a apresentar
o quadro, tendo que se submeter a uma cirurgia para extração dessas glândulas.
Infelizmente, após a operação, um pequeno pedaço permaneceu em seu corpo,
dando origem a todo o drama que viria a ter que enfrentar, pois o quadro complicou-se
com perturbações renais que culminaram com hipertensão arterial e craniana.
O Sofrimento
Devido à hipertensão, passou a apresentar complicações
oculares, perdendo progressivamente a visão e tendo que ficar dia e noite
em um quarto escuro, sendo que nos dois últimos dias de vida já estava completamente
cega. Durante os últimos dias de vida, o sofrimento aumentou. Tinha de fazer
exames de urina, sangue e punções na medula, semanalmente. Segundo Arnaldo
Rocha, seu marido, Meimei viveu esse período com muita resignação, humildade
e paciência.
O Desencarne
Os momentos finais foram muito dolorosos. Seus
pulmões não resistiram, apresentando um processo de edema agudo, fazendo com
que ela emitisse sangue pela boca. Seus últimos trinta minutos de vida foram
de desespero e aflição. Mas, no final deste quadro, com o encerramento da
vida física, seu corpo voltou a apresentar a expressão de calma que sempre
a caracterizou. Meimei foi enterrada no cemitério do Bonfim, em Belo Horizonte.
Surge
Chico Xavier
Aproximadamente
cinqüenta dias após a desencarnação da esposa, Arnaldo Rocha, profundamente
abatido, acompanhado de seu irmão Orlando, que era espírita, descia a Av.
Santos Dumont, em Belo Horizonte, quando avistou o médium Chico Xavier. Arnaldo
não era espírita e nunca privara da companhia do médium até aquele momento.
Quase dez anos atrás haviam-no apresentado a ele, muito rapidamente. Ele devia
ter pouco mais de doze anos. O que aconteceu ali, naquele momento, mudou completamente
sua vida. E é ele mesmo quem narra o ocorrido: "Chico olhou-me e disse: "Ora
gente, é o nosso Arnaldo, está triste, magro, cheio de saudades da querida
Meimei"... Afagando-me, com a ternura que lhe é própria, foi-me dizendo: "Deixe-me
ver, meu filho, o retrato de nossa Meimei que você guarda na carteira." E,
dessa forma, após olhar a foto que Arnaldo lhe apresentara, Chico lhe disse:
- Nossa querida princesa Meimei quer muito lhe falar!"
E, naquela noite, em uma reunião realizada em
casa de amigos espíritas de Belo Horizonte, Meimei deixou sua primeira mensagem
psicografada. E, com o passar dos anos, Chico foi revelando aos amigos mais
chegados que Meimei era a mesma Blandina, citada por André Luiz na obra "Entre
a Terra e o Céu" (capítulos 9 e 10), que morava na cidade espiritual "Nosso
Lar"; disse, também, que ela é a mesma Blandina, filha de Taciano e Helena,
que Emmanuel descreve no romance "Ave Cristo", e que viveu no terceiro século
depois de Jesus.
Enfim, para concluir, resta apenas dizer que
"Meimei" era um apelido carinhoso que o casal Arnando-Irma passou a usar,
após a leitura de um conto chamado "Um Momento em Pequim", de autor americano.
Ambos passaram a se tratar dessa forma: "Meu Meimei". E, segundo Arnaldo,
Chico não poderia saber disso.
(Meimei - expressão chinesa que significa "amor puro")
(Meimei - expressão chinesa que significa "amor puro")
Texto
de Arnaldo Rocha. Trecho do livro "Chico Xavier - Mandato de Amor". União
Espírita Mineira - Belo Horizonte, 1992.